Deus sem “evangeliquês”

A construção do ser de Deus é gradativa, cumulativa e enorme no texto que nos é sagrado a cristãos.

Contudo, não é apenas na Bíblia que há uma grande construção do ser de Deus. Na realidade, seja por um arquétipo (a la Carl Gustav Jung) ou por um vazio no tamanho de Deus (como em Blaise Pascal), todos e cada um dos seres humanos tem uma ideia sobre o divino.

Essas ideias são herdadas e compartilhadas na sociedade em que o indivíduo está inserido. Muitas dessas ideias não são simples ou pobres. A maioria delas é elaborada e muito rica, geralmente com relatos de alguma forma de interação com esta sociedade.  

Por outro lado, podemos ver pessoas com ideias de índole menos pessoal como os estoicos (universo governado por uma razão universal natural) ou epicureus (se existe um deus é distante e irrelevante à vida cotidiana).

Obvio que ter esses conceitos não necessariamente ajudam na tarefa de apresentar o monoteísmo bíblico, mas é exatamente o ponto de partida que devemos buscar: em outras palavras, qual é a fé da pessoa e que formas adquire no cotidiano. Isso determina não apenas o conteúdo como a fraseologia a ser utilizada.

A partir de ai, o esforço deve se focar em mostrar Jesus, seu ensino e sua vida. É onde entra o tal de “testemunho”, isto é, uma vida de serviço aos nossos irmãos de raça. Jesus é simultaneamente, a forma mais completa e a mais simples de apresentar o Criador à criatura. Descobrir a linguagem específica, pode levar uma vida.

“Pregue o evangelho em todo tempo. Se necessário for, use palavras”

São Francisco de assis

Sobre Esteban D. Dortta

Esteban é um pastor evangélico. Estudou teologia no Seminário Teológico Batista do Uruguai entre 1991 e 1994. Nascido em 1971, vive no Brasil desde 1995. Entende que a liberdade de pensamento, expressão e reunião são essenciais para o desenvolvimento não apenas cristão, mas de toda a sociedade.