Geralmente a dúvida é tida como contrária à fé, já que esta é definida como a certeza de aquilo que não se vê. Todavia, a dúvida é parceira da fé no sentido que estabelece os limites dela e a fortalece.
Uma dúvida simples entre o rebanho é se Deus responde ou não determinadas orações. A simplificação da dúvida reduzindo ela a uma falta de fé por parte e quem ora, não resolve a dúvida nem tira a angústia. Então a dúvida, existe e é comum.
Estabelecido o ponto da dúvida existir, e vendo que a supressão da mesma por uma resposta simplista não enxuga a questão, sobra apenas bendizer a dúvida como parte do processo em que “a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro” forja um caráter cristão de melhor qualidade.
Resta então analisar a razão de fugirmos à dúvida. Suponho que fugimos da angústia que a dúvida traz. Logo, não seria mais a fé a que nos traria certeza, mas a falta de dúvida, de onde concluo que não é possível uma fé significativa sem uma dúvida angustiante.
Sistematizar a dúvida é estar ciente do processo de amadurecimento da fé.