Que presente dar?

Época natalina se presta para sorrir, desejar uma vida melhor e dar presentes.

É claro que a data não tem como coincidir com o nascimento de Jesus de fato, é o solstício de inverno no hemisfério norte (21/dez) e coincide com a festa pagã do Dies Natalis Solis Invicti  ou o nascimento do sol não conquistado, invicto. Mas isso não interessa agora até porque não vamos mudar a realidade de que no mundo “cristianizado” celebramos natal no 25 de dezembro e ponto.

O fato é que surge a pergunta: Que presente comprar? Que presente dar?

Há aqueles que tem uma tendência de comprar uma coisa cara, como se o valor do presente refletisse – de alguma forma – o valor dado à pessoa numa salada de valores e não-valores capaz de deixar qualquer um louco.

Há os outros que por incapacidade de decidir, não conseguem dar presentes e para piorar criticam e condenam quem assim o faz.

E tem aqueles outros que dão coisas que eles mesmos gostariam de receber numa total prática pseudo amorosa de hedonismo não confessado.

A prova de que não sabemos presentear é o cartão de crédito.

Primeiro, quem amamos não precisa presente (não pare de ler, por favor, não desanime…rs) Ou seja, as pessoas que amamos e que nos amam (pois não há amor em apenas um sentido) não precisam de presente para manter a amizade. Então o cartão de crédito -se usado neste caso- deve ser com mesura de outra forma, meses ao fio lembraremos da inutilidade de ter comprado um presente caro para quem já temos no coração.

Segundo, aquele que não se ama não requer presente. Não é um presente caro ou um elogio que vão conquistar o coração do chefe ou a aprovação do cônjuge.  Isso porque quando damos um presente além das forças, todo mundo sabe que estamos mendigando alguma coisa, de outro jeito há um monte de coisas que requerem da nossa atenção. Então, nada de entrar em dividas para agradar um fulano que não se agrada de você.

Tá, então não damos presentes?

Faça como quiser, seja livre, mas se for dar um presente, dê apenas porque gosta, ama e conhece a pessoa. Nada mais lindo que receber aquele carinho – que pode ou não ser materializado – da pessoa amada. Vale mais tomar café junto com o amigo várias vezes durante o ano do que não ter dinheiro nem para o café por ter dado aquele presente caro completamente à toa.

Presentes apenas mostram o quando conhecemos a pessoa que irá receber-lo e serão completamente inúteis para quem não gosta da gente.

Dê a si próprio. Conce-da-se ao outro. Gaste tempo com quem ama. Perdoe. Viva livre. Ame. Não é esse por acaso o exemplo de Jesus o Rei?

Sobre Esteban D. Dortta

Esteban é um pastor evangélico. Estudou teologia no Seminário Teológico Batista do Uruguai entre 1991 e 1994. Nascido em 1971, vive no Brasil desde 1995. Entende que a liberdade de pensamento, expressão e reunião são essenciais para o desenvolvimento não apenas cristão, mas de toda a sociedade.