Morando em uma casa remendada.

Ninguém quer morar em uma casa cheia de remendos. O processo é simples, uma goteira aqui, uma rachadura acolá, um muro com defeito, enfim em algum momento o remendo, o conserto se faz necessário.

Mas ninguém quer que o remendo seja visto. Geralmente gastamos muito com a estética final da casa. O remendo é então sempre feito de forma tal que possamos -em algum momento- cobrir ele de tal forma que pareça que a casa nunca teve rachaduras.

Na vida pessoal também é assim. Não queremos que ninguém perceba nossos remendos. Basicamente queremos aparentar perfeição e não erros estruturais, rachaduras no caráter, ou simples imperfeições goteiras na vida espiritual.

Almejar ser como Deus pode ser coisa boa, aparentar a perfeição dele nem tanto.

Acontece que na nossa vida, os reparos estruturais (os essenciais) apenas podem ser feitos pelo próprio criador. É claro que em se tratando do criador, o reparo dele vai ser o melhor de todos os que possam ser feitos.

Mas cá entre nós, se o reparo é uma ação de Deus, não seria interessante que seja visto? Não é por acaso fruto da sua graça? Não é ali justamente que reside sua gloria em mostrar que é possível restaurar o caído? Não é exatamente isso que o mundo precisa ver? A ação de Deus restaurando o que o Pecado tem estragado?

Então, talvez seja melhor morar em uma casa remendada pelo Senhor que uma construída pela gente apenas para inglês ver.

Sobre Esteban D. Dortta

Esteban é um pastor evangélico. Estudou teologia no Seminário Teológico Batista do Uruguai entre 1991 e 1994. Nascido em 1971, vive no Brasil desde 1995. Entende que a liberdade de pensamento, expressão e reunião são essenciais para o desenvolvimento não apenas cristão, mas de toda a sociedade.