Evangelho de João
Jesus e a criação
João 1:1-21:25
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Razões e propósito
Falar sobre o evangelho de João pode parecer para muitos como chover sobre o molhado. Porém, diferentemente do que possa parecer há um desafio enorme neste evangelho. Dentre esses desafios talvez seja o maior levar o povo a deixar de ver o obvio para passar a ver o transcendental.
Não que o obvio não seja importante. Muito pelo contrário. São as coisas obvias e singelas as que nos trazem as melhores recordações e por consequência, concluímos que são essas as coisas que realmente importam ou perduram. Pensemos nas lembranças mais antigas e lindas que temos e quase, com certeza, é de uma descoberta que conseguimos capturar, de um abraço de um amigo, do sorriso de um filho, enfim…
Quando o conhecido teólogo Karl Barth – já famoso na Europa e tendo escrito vários livros – visitou por única vez os Estados Unidos, os repórteres lhe pediram que resumisse sua teologia. Ele respondeu “Sim, Cristo me ama”
É claro que se uma pessoa no seu estado mais natural (se é que isso é possível) consegue chegar à conclusão que Cristo lhe ama e passa a viver sua vida norteada por isso, nada mais lhe é necessário pois todo o desassossego humano finda quando este acha o amor de Cristo.
Repetir a frase “Cristo me ama” sem o conteúdo apropriado é não se atentar para o que uma frase tão curta de fato significa; é simplificar a observação do espaço a dizer “pois é, ele é bonito”; é se tornar simplista para justificar a falta de interesse na profundidade de uma fala dessas.
A proposta, então, é sair do obvio. Não para descobrir nada novo, mas talvez para ver que aquilo que parece tão obvio, não é obvio assim e há um sem-fim de matizes que só enriquecem nossa visão.
Então como enfrentar o desafio? Bom, para início de conversa, rearranjei o material que João nos entrega no evangelho dele. A ideia é olhar para o mesmo evangelho de sempre mas ao agrupá-lo de forma diferente, ganhar perspectiva. Sei que isso por um lado nos aproximará de algumas coisas mas também nos empanhará outras visões. É mais ou menos como ficar muito perto de um dos alto-falantes em um sistema surround 5.1: necessariamente perderemos de foco o todo da obra.
A seguinte tabela é um resumo ordenado desse rearranjo proposto para esta leitura. Pretendemos percorrer esses oito tópicos rapidamente à velocidade de um por semana para depois voltarmos sobre eles mais detidamente.
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Título
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Início
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Fim
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Jesus e a Água
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1
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2
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Jesus e as Pessoas
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3
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5
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Jesus e as Essencialidades
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6
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7
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Jesus e a Liberdade
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8
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9
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Jesus
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10
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Jesus e a Morte
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11
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12
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Jesus e a Igreja
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13
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17
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Jesus e Pilatos
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18
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19
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Jesus e Pedro
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20
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21
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Esta, obviamente, é apenas umas das formas de rearranjar o material tendo em vistas um vóo rápido.
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Jesus e a criação
O
Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
Romanos 5:12
Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
Romanos 5:19
evangelho de João começa com um paralelo notório com a descrição da criação do livro do Gênesis. Assim como o arco-íris após o dilúvio é um sinal de um pacto da parte de Deus para com o homem, assim o vinho após a água transformada é um sinal de um novo pacto da parte de Deus para com sua criatura. Da mesma forma em que a escolha de Adão tentando encontrar uma outra vida conduziu a raça à morte, assim a escolha de Cristo – o novo Adão – conduz a raça à vida, paradoxalmente, por meio de sua própria morte.
Analisar, então, o evangelho de João à luz da perspectiva do relacionamento entre Jesus o Cristo e a criação nos deve levar a certas conjecturas e análises que não o faríamos desde o ponto meramente evangélico por dizê-lo de alguma maneira.
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Jesus e a água
Um dos elementos símbolos que aparecem em repetidas ocasiões em João e que nos remete à criação, é a água. À guisa de exemplo, podemos mencionar que o termo água aparece 24 vezes em João ao passo que unicamente 6 em Marcos, 13 em Lucas e 14 em Mateus. Em nenhuma ocasião o termo água é utilizado nos outros evangelhos como símbolo mas sempre como descrição do elemento material em alguma parábola ou relato.
Assim por exemplo, encontramos os relatos dos demônios que foram aos porcos e se afogaram, ou quando Jesus anda sobre as águas, ou quando é batizado ou quando o defunto quer que Lázaro umedeça o dedo e lhe alivie o tormento, ou quando a criança é lançada no fogo ou na água pelo demônio.
Já em João, a água é símbolo de tudo o que está relacionado com a vida e a morte. Está no batismo de arrependimento de pecados de João (pelo qual também Jesus passou mas com significado diferente: a justiça), no milagre da transformação da água em vinho (que é melhor que o anterior), na prosa com Nicodemos como mais um dos requisitos para entrar no reino dos céus (junto com o Espirito), na impossibilidade de sarar o paralítico (mas sim a muitos outros), na proposta de vida oferecida para a mulher samaritana (mas ironizada por ela), nos rios de águas torrentosas que simbolizam o Espirito Santo na presença de quem crê (com o qual a vida se transmite a outros), e brotando do lado de Jesus junto com sangue na sua morte (com o qual não havia necessidade de quebrar-lhe as pernas e se cumpria a profecia).
Enfim, ler João e achar que água é só água, é perda de tempo e sem querer criar clichês, os dois primeiros capítulos de João estão tão cheios de água que é impossível não chamar o evangelho de refrescante e mais se levamos em consideração a terra seca e ruas empoeiradas dos primeiros leitores.
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Jesus e as Pessoas
Mas não só de água está constituído nosso estudo. Tanto no Gênesis como e João a água vem antes do ser humano. Esta antropogenia bíblica encontra certos ecos em algumas teorias científicas mas não é da nossa alçada entrar nesses relacionamentos e simplesmente ver que uma coisa vem antes do que a outra.
O foco aqui são as pessoas. João reduz o amplo conjunto de seres humanos a três grandes relatos mas que quando contabilizados os outros menores dá um total de seis. Os grandes são os que sempre lembramos: Nicodemos, a Mulher junto ao poço e o Paralítico. Os três relatos menores (mas não menos importantes) são o de João Batista, o filho do oficial e os judeus em geral.
As pessoas e não as ideias são a coisa mais prezada para o Criador. Todavia, as ideias – isto é o que as pessoas pensam, imaginam, sonham – delimitam a vida de cada indivíduo e a inter-relação entre esses indivíduos conforma a sociedade que por sua vez permeia o indivíduo.
As pessoas que João escolhe são variadas. Todas elas têm seu reduto no qual são aceitos e admirados, todas elas carregam o tormento de não serem aceitas por um certo grupo de pessoas pelas que gostariam de serem aceitos, todas tem dúvidas, todas tem certezas e todos são (aparentemente) muito diferentes entre si.
João é um mestre ao colocar uma balança não de dois mas sim de três pratos em cada um dos seus relatos. Por exemplo, Nicodemos tem em João o Batista seu contrário em muitos aspectos mas só em Jesus as águas espirituais do novo nascimento e o batismo de arrependimento e introdução ao reino acham sua concretização. Resumindo, ficamos com uma visão muito simplificada se pegamos só um dos relatos ou se consideramos só dois dos seus personagens. Três relatos principais, três relatos secundários, três grandes personagens em cada um deles. Não me parece o acaso.
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Jesus e as Essencialidades
O que é essencial para a vida? A comida? A água? O pão? Jesus? As festas?
Há dois elementos que aparecem nas duas partes do bloco: A água e o pão. A personagem em cada um dos blocos é distinta e a mesma em certo sentido: o povo que busca e o povo que rejeita.
É muito interessante a estrutura que João nos propõe: Criação, Pessoas, Perguntas. Claro, como de costume, neste bloco há outros grandes assuntos entremeados. Temos por exemplo a economia do reino, os milagres, a família de Jesus, o povo… enfim, uma riqueza quase infindável. Me parece, porém, que há um fio condutor nesses capítulos seis e sete. A pergunta que junta temas, relatos e ilustrações tão diversas, é o seguinte: O que é essencial para a vida? Se já respondemos que a vida é uma criação de Deus, se já dizemos que as pessoas são realmente mais importantes do que as ideologias, o que é que sobra se tirarmos as antíteses das coisas expostas?
Parece-me que o medo às perguntas mais básicas é o que nos leva a revestir a existência de perguntas aparentemente reais. Com isso, ficamos às voltas com problemas imaginários ao passo que o realmente essencial se nos escapa. João propõe o seguinte: Criação → Pessoas → O Que é essencial?
Este bloco pode por sua vez ser dividido em duas partes: Essencialidade Geral, Essencialidade Particular. Enquanto o capítulo seis fala da multidão e do povo que procura por Jesus, o capítulo sete fala da família terrena de Jesus, do Povo Judeu em sua festa mais importante, da primeira tentativa de prender Jesus e dos líderes judaicos que não creem.
Por sua vez, a proposta de Jesus em qualquer uma das perspectivas é a mesma: Jesus é a essência da Vida. No seis ele é o Pão da Vida e no sete ele é a Água Viva. Dito em outras palavras, não interessa se você é parte da plebe (o problema de quem está na elite) ou parte da elite (o problema de quem é massa) a essência da sua vida se encontra em Jesus e for a dele o que você tem não é vida.
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Jesus e a Liberdade
O que é a liberdade?
Para muitos tem a ver com poder fazer o que bem entender. Para outros é poder se esconder tanto ao ponto que não pode ser descoberto o dano feito ou planejado. Ou seja, a liberdade é um bem que se tem ou se compra e que cada vez fica mais caro.
Gostemos ou não, liberdade e caráter são duas faces de uma mesma moeda: faltando uma delas a outra perde valor.
Via de regra, no meio evangélico há os que gostam de misturar o conceito de liberdade com o de liberalidade e libertinagem ao passo que há os que – por falta de liberdade – gostam de vigiar a liberdade alheia.
Somos cientes de que o capítulo 8 de joão (pelo menos os versículos que vão do 7:53 ao 8:11) não fazem parte do texto original, mas entendemos que isso não lhe resta valor até porque o que ali está contido está em consonância com o restante do evangelho, em particular com o de João.
Dito isto, precisamos observar a maravilha destas duas passagens. Há duas pessoas que haviam perdido sua liberdade. Uma por conta do pecado e outra…. bom, oras, é claro que alguém havia pecado, ninguém nasce cego porque sim. Bom, ao menos era o que a sociedade da época pensava e por isso tinha relegado este cego de nascença ao abandono e miséria social e espiritual.
Há aqui duas liberdades: 1) A liberdade de um pecado em particular 2) A liberdade dos efeitos do Pecado em geral.
A mulher cometia com regularidade o adultério. Tinha-se entregado a este prazer como se um vício fosse. As primeiras vezes ninguém sabia. Depois ficou conhecida, marcada, estigmatizada e não deu mais bola ao seu próprio destino. Este pecado, no início prazeroso e motivante, a havia enjaulado. Parecia livre mas não era. Prestes a morrer, Jesus a liberta.
Já o jovem nascido cego era vítima não de um pecado em particular. Penso eu que os editores posteriores do evangelho se viram meio como que obrigados a incluir o pedaço do capítulo 8 da mulher adúltera porque a imagem de um ser nascido em trevas e que essas trevas fossem consideradas um fruto do pecado (particular mas desconhecido no caso) pareceria repulsivo aos primeiros leitores não judeus. A inclusão da mulher adultera sendo perdoada antes do cego, por mais repulsiva que a atitude pareça à sociedade do momento (judia, grega e romana) era mais palatável do que a retorcida visão de um Deus injusto e carrasco que se comprazia em descontar nos filhos os erros dos pais.
Este jovem, muito inteligente por sinal, era um segregado social por conta de uma posição teológica correta mas parcial. Dito em termos mais longos: é verdade que toda doença e a própria morte é resultado do Pecado na vida do ser humano; mas não é certo pensar que cada doença e cada morte é fruto de um pecado específico da pessoa ou dos seus pais. É essa a distinção que fazemos ao utilizar a letra ‘P’ – em maiúscula – ao inicio da palavra Pecado para nos referirmos a esse poder que permeia sistemicamente toda a criação de Deus em maior ou menor medida, ao passo que utilizamos a letra ‘p’ – em minusculas – para nos referir às decisões particulares e pessoais que diferem da vontade de Deus.
Então, se bem no primeiro exemplo há uma liberação de um pecado específico (e com isso uma apertura para a vida) no segundo exemplo há uma liberação da condenação improcedente que os lideres judeus mantinham sobre seu irmão. Em qualquer dos dois casos quem perdia a liberdade era a aberração religiosa à que os dois casos estavam sujeitos. Não é por acaso que os dois blocos são antepostos a diálogos e discursos que tem a ver com liberdade, cegueira, etc.
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Jesus
Quem é Jesus ao final de contas? Como ele se definia a si mesmo?
No Evangelho de João encontramos várias vezes Jesus se definindo a partir do testemunho. Há por exemplo a referência pelo oposto de João 5:31: Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Ou também o positivamente como em João 5:32 Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. Ou ainda aquele que é considerado herético por parte dos Judeus tanto da época como agora João 8:18: Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.
Diferentemente de outras versões do evangelho, a de João não utiliza muito a expressão “Filho do Homem” para Jesus se referir a sim mesmo. A ênfase joanina não é da humanidade do Cristo nem tampouco da divindade deste e nem sequer fica a meio caminho. A ênfase é mostrar um ser enviado por Deus para resgatar sua criação (não só seu povo). Este ser é divino (por isso se igualava com o criador e era tido por blasfemo) mas também era humano e por isso capaz de morrer na cruz. Dai que a autodefinição que Jesus faz por um lado está espalhada em todo o escrito de João por via dos testemunhos (e isso também se vê nas cartas) e das palavras chaves “eu sou” mas encontra grande concentração de declaração de propósito e rejeição por parte dos ouvintes no capítulo 10.
Podemos então dividir o capítulo 10 em duas grandes partes: O discurso de Jesus e a reação dos Judeus. Por mais que estes eventos estão espaçados no tempo, vemos que estão vinculados por conta da referência que encontramos na segunda parte à primeira.
O versículo 6 nos indica que não entenderam o que Jesus estava querendo dizer com a comparação entre o pastor e o assaltante dos v 1 ao 5. Por isso Jesus destrincha a ideia com duas outras ilustrações que resultaram tão clara para os ouvintes que queriam linchá-lo.
Então, João 10:1-5 é igual em conteúdo a João 10:7-18 que por sua vez, encontra clara referência em João 10:25-30 o que leva aos ouvintes a pegarem pedras pois desta vez tinham entendido direitinho que estavam sendo chamados de ladrões, bandidos, cabritos, lobos trajados de ovelhas e basicamente incrédulos insensatos (10:37-38)
Com esta estrutura em mente, fica obvio de porque esta sessão, a meu ver, define Jesus em perspectiva da criação e em termos que até um cego espiritual consegue enxergar. Não se iluda o leitor pensando que as pessoas que não creem em Jesus o fazem por não entendê-lo. Não creem porque entendem na alma o princípio da soberania do criador sobre a criatura e se rebelam contra isto que lhes resulta – ao seu ver – pouco vantajoso.
Então, quem é Jesus? Bom, sintetizando suas palavras: ele é o tudo. Ele é a porta do aprisco e o bom pastor. De qual aprisco? Deste no qual o leitor se encontra e do outro no qual o leitor não ousaria entrar pois tanto este quanto o outro contêm ovelhas que pertencem ao bom pastor.
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Jesus e a morte
Enquanto estamos vivos nos achamos grande coisa. Mesmo até quem tem que mexer com cadáveres, se acha grande coisa. Porém, quando a morte bate de pertinho, entendemos nossa própria grande limitação.
Caminhamos para a morte. É inevitável. Por conta do nosso espírito ser eterno, nos achamos com capacidade de realização eterna. Provar isso é bastante simples: observe os mais idosos, repare que eles tem sonhos como se ainda tivessem 30, 50, 70 anos de vida por diante.
A morte é a última grande consequência nesta terra da entrada do Pecado no mundo. A limitação da vida é um corolário das nossas próprias decisões irreversíveis como raça. Escolhemos – como raça – nos parecermos com o Criador e por isso nos distinguimos ainda mais. É uma ironia fatal (sem ironias).
Assim como o cego de nascença não tinha escolhido ser cego mas a cegueira era um fruto do Pecado (e o apedrejamento era o curso socio-legal do pecado de adultério mesmo que a adultera não teria escolhido essa consequência) assim também não escolhemos ter vida perecível.
O que faz o criador? Se respeita plenamente a decisão do Homem e o deixa seguir seu próprio rumo sem intervir, ele mesmo se torna irresponsável pela sua própria criação. Se ele intervêm na marra e lhe impõe suas decisões, o Homem o poderia – com justiça – acusar de injusto, intervencionista e por ai vai. Isso por só elencar um par de opções simplificantes.
O pior é que o inimigo da criação (que transformamos em príncipe deste mundo pelas nossas decisões livres como raça lá no Éden) ficaria impune. Por mais que o que ele fez foi plenamente legal (pois escolhemos no pleno uso da nossa liberdade), é imoral e por tanto alguma forma de tirá-lo do poder deve de existir. Ao mesmo tempo, Deus é justo, ou seja, ele não poderia enganar a humanidade como o príncipe deste mundofez.
A morte de Jesus na cruz tem várias consequências muitas delas imensuráveis desde nossa perspectiva de criaturas sujeitas a este mundo material. A síntese deste assunto está em João 12:31 e 32: Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo; e eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim. O ápice da história não é o nascimento do Cristo numa manjedoura e sim a morte do mesmo na cruz. É a morte e não a ressurreição do Cristo o que destrona o príncipe deste mundo. A legalidade da morte foi eliminada por ter morrido o único ser humano justo e com isso o Criador readquire os seus direitos sobre o ser humano e sua existência eterna.
Quando Jesus trata com Marta sobre a morte do Lazaro, a fé de Marta (muitas vezes criticada por preferir os afazeres da casa do que estar com o mestre) é exposta assim como sua dor na frase recolhida em João 11:24 “Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia”. Isso refletia talvez a classe social à que Marta, Maria e Lazaro pertenciam (Bethania significa casa dos pobres) e quase que por conseguinte a linha doutrinaria e politica à que pertenciam: os fariseus. Isso porque os fariseus eram mais povão que os saduceus e acreditavam na ressurreição. Mas também refletiria algum ensinamento prévio dado por Jesus; mas ai estaríamos especulando ainda mais, já que não há registro específico disso.
Seja como for perante a morte do seu amigo Lazaro, Jesus expõe seus sentimentos e também seu poder. Este homem é o que dizia que podia perdoar pecados e se bem haviam controvérsias sobre se o homem podia ou não perdoar outro homem o que não haviam dúvidas era que ninguém poderia ressuscitar mortos. Em João não temos a frase “Qual é mais fácil? dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te, e anda?” como em Lucas 5:23 porém a proposta é a mesma: Los capítulos 8 e 9 falam do perdão de pecados, o 10 fala de Jesus e seu rebanho e o 11 e 12 falam do poder de Jesus sobre a morte.